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Diário Economico

Expresso

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

O porquê da crise

No final da semana passada começou a ser noticiada uma crise que já estava a ser fermentada à algum tempo. O que está por trás desta suposta crise nos mercados financeiro é o mercado de empréstimos de alto risco. Alguns fundos compraram instrumentos complexos baseados em crédito concedido a pessoas que não iriam ter possibilidade de o pagar e quando este começou em entrar em incumprimento os fundos foram perdendo dinheiro. Esta estratégia já levou à falência de hegde funds do Bear Sterns. Agora parece que está tudo pior pois a crise está agora a afectar alguns fundos europeus, nomeadamente do BNP Paribas. Os bancos centrais um pouco por todo o mundo estão a injectar dinheiro para fazer face à falta de liquidez e assim segurar os mercados, em quantidades superiores às injectadas na semana dos atentados do 11 de Setembro. Esta situação pode ser comparada com a falência do Long Term Capital Management nos finais dos anos 90 e que levou a uma espiral de pânico nos mercados, bastante pior do que se verifica actualmente. Para resolver a situação o Fed, na altura chefiado por Greenspan, baixou artificialmente as taxas de juros, de forma a fomentar o investimento, o que ficou conhecido como a Greenspan Put. Na altura o pânico durou apenas alguns meses até estabilizar. A grande questão durante esta semana prende-se com a reacção dos mercados quando esse dinheiro for retirado uma vez que a sua manutenção levaria a um nível de inflação que nem o BCE nem o Fed desejam.

Mas este pânico actual não é, portanto, de todo justificável. A economia continua forte, com as empresas a apresentarem resultados positivos. Então porque é que toda a gente resolveu vender? O factor psicológico assume nos mercados um factor fundamental, fortemente documentado e que está a levar à criação de um novo ramo dentro das finanças, o Behaviour Finance. Esta teoria desafia a teoria da Eficiência do mercado estabelecida por Fama nos anos 60. As pessoas por detrás das decisões, não deixando de querer o melhor para si, por vezes não são racionais e preferem estar fora dos mercados em alturas de grande volatilidade. É por isso uma oportunidade para fazer dinheiro à custa da aversão ao risco excessiva do investidor comum.

3 comentários:

Futscher disse...

Gostei do artigo, mas em jeito de provocação pergunto se o autor do post está a aproveitar para fazer dinheiro à custo da aversão ao risco excessiva do investidor comum?

Abraço!;)

António disse...

Por acaso ate estou longo. é td uma questão de separar o que tinha de cair do que caiu por arrasto e aproveitar para entrar enquanto esta em baixo

Futscher disse...

Diria que o Greenspan Put foi novamente aplicado.