Publico.pt - Política

Diário Economico

Expresso

domingo, 22 de julho de 2007

Rescaldo

No passado fim de semana realizaram-se as eleições para a Câmara de Lisboa, que já se discutiu aqui neste blog. E o que se previa? Uma vitória folgada de António Costa com a principal incógnita a ser a distribuição dos vereadores. Uma maioria era muito improvável uma vez que o número 2 do PS sem coligação, o que já não acontecia à várias eleições municipais. Mas o grande vencedor não deixa de ser a abstenção. 62,61% dos eleitores teriam chegado para ganhar com maioria absoluta o candidato que apelasse a esta população que já não se identifica com esta classe política. Fernando Madrinha tinha já avisado antes da consulta popular que não seria o Verão e o sol a impedir as pessoas de votar. Nem de propósito o tempo realmente não puxou para a praia mas mesmo assim os lisboetas não foram às urnas. E porquê? As razões foram adiantadas por diversos comentadores. Fernando Madrinha afirma que é o cansaço em relações aos políticos actuais, defendido e protagonizado por Manuel Monteiro que não consegui levar a sua Nova Democracia para a frente do PNR, de extrema-direita. José António Saraiva afirma que o grande vencedor foi Carmona, que provou que não precisava do PSD e que Lisboa não precisava de eleições. E defendendo o resultado do PSD como a divisão entre dois candidatos. Mas o PS também teve os seus votos divididos e sem Helena Roseta na corrida seria difícil aos restantes candidatos retirar a maioria história ao PS na Câmara de Lisboa. Por tanto podemos ver que existem vários factores em jogo. Os independentes a retirarem votos aos principais partidos e a baralharem as suas contas, e a elevada abstenção, mesmo com 12 candidatos.
E como é que os resultados afectaram o quadro político nacional? As mais pesadas derrotas, do PSD e do CDS, foram as que causaram mais danos. O PSD entrou esta semana numa luta de liderança que poderá apenas servir para desgastar mais o actual líder, como é hábito no PSD quando não está no governo. É o que afirma Henrique Monteiro no Expresso desta semana. É o que já se previa. Marques Mendes era um líder para levar o partido durante a travessia do deserto dos primeiros anos do Governo de Sócrates. Apenas se pondera agora quando a melhor altura para colocar outro líder para disputar em 2009 as legislativas já por si complicados. No CDS o recém eleito Paulo Portas a pagar pela forma como foi eleito, o que afastou a melhor candidata do partido Nogueira Pinto, e num golpe desesperado sacrifica um dos seus mais fies seguidores, Telmo Correia. Muitos dentro do partido defendem a sua manutenção para que afunde o partido e que saia de vez da cena política. Outros pedem já a sua cabeça. Não foi um regresso sebastiânico como se esperava.

Sem comentários: